terça-feira, 12 de agosto de 2008

Paradoxo

Crueldade, aos que dela fazem dos outros seus servos;
Bondade, aos que dela ainda trabalham seus nervos;
Radicalidade, aos que ainda alimentam a ira momentânea;
Tranqüilidade, aos que dela ainda trabalham a corrente subterrânea.

Morte aos seres mortos que ainda vivem;
Vida aos vivos que não querem morrer;
Paradoxo mortal àquele que ainda é vital;
Legal, ainda, é não interromper-se de forma letal.

Para que sangrar-se em nome da ignorância?
Para que matar-se aos poucos enquanto outros gozam?
Para que se lembrar dos zumbis que ainda vivem?
Para que se impedir de progredir enquanto outros navegam em maré mansa?

Pois é, chato é doer pela dor dos outros;
Pois é, chato é absorver o problema dos outros;
Pois é, chato é querer resolver o problema dos outros;
Pois é, chato é morrer e deixar os outros viverem.

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