terça-feira, 28 de outubro de 2008

Soy louco por ti

Será difícil encontrar uma torcida apaixonada por seu time como a corinthiana. Uma torcida que vibra, fala mal, chora, implora, reza e declara amor eterno a essa nação. São inúmeros os torcedores espalhados pelo País, além é claro dos internacionais. Um time que ganhou um título em 1977 depois de 23 anos na “fila de espera” com um gol do eterno Basílio; um time que teve sua democracia liderada pelo Dr. Sócrates, além é claro de Casagrande, Birô-Biro, Solito, Vladimir, entre outros; um time que conquistou o Brasil em 1990 e depois mais três vezes; um time que teve a coragem de trazer jogadores argentinos para o seu elenco em um momento que a rivalidade entre essas duas seleções mais se acentuara; time que conquistou o primeiro campeonato mundial organizado pela FIFA no ano de 2000; time que caiu para a segunda divisão do futebol brasileiro, mas agora retornou graças ao seu grupo e mais: uma torcida que merece estudos, pois isso não é normal.
Lembro-me como hoje de todos esses feitos, menos da conquista em 1977, pois ainda não era nascido. Corinthiano nasce, é hereditário, está no DNA. Minha primeira camisa do Corinthians foi-me dada em 1982, ano da conquista do campeonato paulista daquele ano. Meu pai vibrava, corria para o bar que ficava próximo de casa. Rojões pipocavam, nas ruas da minha pequena cidade, os carros buzinavam, enfileiravam-se e eu, com minha pouca idade, observava a delicadeza de Sócrates ao correr e conduzir a bola. Zenon outro nome da história mundial e corinthiana era um maestro. E o Biro-Biro que se tornou apelido para os colegas que possuíam os cabelos de anjo, alourados. Uma eficácia no meio-campo. E depois veio Tupãzinho, Neto, Marcelinho, Rincón, Dinei, Edilson, Ronaldo e agora o Felipe, Dentinho, Lulinha (não gosto desse diminutivo) e o grande Mano Menezes, técnico que nos dará muitas alegrias.
Parece que foi ontem quando vi aquela quantidade enorme de torcedores com a camisa do Corinthians invadindo Porto Alegre. Era o último jogo, o decisivo, aquele que levaria o time paulista ao fundo ou que o salvaria desse pesadelo. A partida terminou em 1 a 1 e o Corinthians desceu. Foi vítima de algumas somas de resultados, mas o lamento daqueles torcedores deixou toda a população brasileira triste, até aqueles que odiavam ao time paulista emocionou-se com as lágrimas, os gritos e o lamento daquela população.
Hoje, aqui de Porto Alegre, acompanho a volta do meu time a primeira divisão do futebol brasileiro e fico muito feliz ao ver aqueles mesmos torcedores chorando, só que agora de emoção. “Soy loco por ti Corinthians”.

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