quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A imaginação pelas ondas do rádio

“Escute essa canção que é para tocar no rádio do seu coração...” (Morais Moreira)

A sonoridade na vida é de extrema importância. Acalenta as lembranças, revive emoções, derrama sobre os ouvidos o canto da intimidade, a voz da beleza, a essência das palavras, a eterna magia do soletrar. Lembro-me das transmissões de jogos de futebol pelo rádio, haja emoção! Agüenta coração! Foram tantos momentos importantes, quantas conquistas do tricolor taquaritinguense (CAT – Clube Atlético Taquaritinguense) difundidas através das ondas sonoras do rádio. A voz do narrador Pinsetta era inconfundível, como ele ficava emocionado a cada lance de perigo para o “Leão”, poucas foram às vozes como a do Luís Carlos Pinsetta. Minha mente navegando pela sua voz traz-me a minha infância: meus tios com o rádio ligado, sintonizados na partida que o CAT jogara. No campo quem corria atrás dos jogadores e não dava chance para o erro era o “Marcelinho” Delgado.
Jamais me esquecerei do Sergio Longhitano, suas colegas do rádio, as músicas que acompanharam uma década rica, que foi a de 1980; o saudoso José Maria Alexandre, que saudade. Só fui conhecer essas pessoas muito tempo depois, na minha adolescência. Seres Humanos que despertaram em mim o gosto pelo som, o deslumbre pelas ondas do rádio, o poder da imaginação. A trilha sonora dos programas me marcou. Foram tantas músicas, que mesmo no “embrometion” insistia em cantarolar. E que cada vez que uma daquelas músicas é tocada, vem-me as lembranças agradáveis do passado. Ouvi o início do Edson Cândido no rádio, uma voz firme com ares de adolescente, mas não menos importante dessa que hoje é difundida para 180 cidades.
E quantos foram os que passaram pela passarela do rádio e hoje continuam; outros traçaram novos passos; há aqueles que passeiam pelo paraíso celestial... Ouvia atentamente ao jornal do meio-dia na Rádio Clube Imperial que começava com o Professor Arnaldo Ruy Pastore e seu vasto conhecimento, dono de uma voz inconfundível, imitada por alguns, diferente de todos. E o Hino à Taquaritinga, letra do Cônego Lourenço Cavalini, esperado por muitos. Que delícia! Era Paulo Brusqui nas estradas, Paulo Delgado (hoje prefeito pela segunda vez) ancorando o jornal, Tuca Sant’Anna nas notícias policiais, José Maria e Sergio Longhitano com as notícias do nosso esporte. Depois vieram outros, pois ninguém é insubstituível, mas a marca do passado ficou, nela poucos tocarão. Malu Monteiro, Fio Canova, Nhô Miro, quanta emoção! É o exemplo do rádio feito com a alegria, com sinceridade. A voz que ecoa desses microfones foi e é sincera. Nas noites brota a poesia popular do Luiz Homem. O rádio tem o poder de mexer com a nossa imaginação. Não sei se com a sua, mas a minha foi muito estimulada por eles. Vai uma novela aí? Prefiro o rádio.

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