segunda-feira, 2 de março de 2009

Esculpida e Encarnada

Quando a enfermeira no hospital disse a mim, minha esposa e minha filha Beatriz, que completava um dia de vida, que Bia era a minha cara a pequenina começou a chorar. A enfermeira cuidadosa afirmou-lhe que o importante era que a mesma possuía saúde. Magicamente minha filha parou de chorar. As lágrimas cessaram. Confesso que não fiquei chateado, pois os traços lembravam-me Priscila, minha esposa, meu amor, mãe da Bia.
Cansei-me dos comentários evidenciando que Beatriz era parecida comigo. Não conseguia enxergar. Apenas o DNA, exposto através dos dedos dos pezinhos da pequena, que demonstravam a mim a semelhança.
Nesta semana, olhando nos olhos de Beatriz, como sempre faço, principalmente no almoço e jantar à mesa, notei um detalhe: a menina, boneca, é a minha face, “esculpida e encarnada” ao pai.

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