domingo, 29 de março de 2009

Que a chama não se apague!

A escrita é um ato religioso; não religioso no seu sentido institucional, mas com o sinônimo de persistência, fé, perseverança. O escritor não pode sucumbir diante das crises de abstinência impostas pelos blackouts do cérebro. Há que se ter forças para burlar ou empurrar esses obstáculos. Prefiro mais a inteligência a força.
O verdadeiro escritor utiliza-se do pensar, é isso o que ele mais faz. Segue pensando, ativando o recôncavo do cérebro. Vai ao limite: passa horas em frente ao computador, insiste no texto que não vem. E quando ele brota, o lapidar é uma conseqüência. Entra em ação o trabalho do ourives. Ajuste aqui e acolá. Texto pronto? Que nada, há mais ajustes a serem feitos. Os leitores merecem publicações com qualidade.
Aprecio o trabalho voltado à reflexão, ou seja, aquele que estimula o leitor a pensar, digerir e tirar suas próprias conclusões. Textos sem sentido é sinal de analfabetos funcionais, inclusive aqueles que os escrevem. Abrir a página de um jornal ou folhear as de um livro e não encontrar o sentido daquilo que leio, o resultado será desastroso: perderemos leitores – não chagaremos a tê-los.
Às vezes a falta de inspiração perambula pelo nosso cotidiano, mas isso é sinal de que estamos preocupados, antenados como dizem os jovens. Queremos é produzir, encher nossos textos com palavras que tenham sentido, que façam a diferença. Não simplesmente emporcalhar páginas. E quantos textos ,assim, sem sentido, encontramos por aí. O paulocoelhismo existe, não é lenda, muito menos uma obra dos magos. Portanto trate de trabalhar, voltar a pensar e não deixar que a chama da persistência se apague.

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