quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Chuva, suor, lágrimas e sangue.

Subi à serra do Rio Grande do Sul. Há exatos quatro anos estive em Gramado e Canela, pois é que em São Francisco, cidade próxima a estes pontos turísticos, considerada uma região onde as hortênsias florescem aos montes, tenho um casal de amigos e quase todos os feriados passávamos por lá...
Agora, retornando meu acampamento para a cidade de Porto Alegre, passei o Natal ali, aproveitei para andar pelo comércio, passar pela livraria (coisa de cinema), implantada por uma senhora, ex-professora, que fala com os papéis, dorme com os livros, sente-se segura ao lado dessa fonte inesgotável de conhecimento. Talvez seja por isso que construiu este monumento. Um império. São Francisco possui vinte mil habitantes, vive basicamente da agropecuária, seu comércio é forte, principalmente pelos turistas que chegam ao final do ano, mas normalmente são durante as temporadas de inverno que estes números triplicam, a cidade se aquece, mesmo com a neve o movimento é intenso e os sotaques cantam pelos quatro cantos da cidade como se fosse uma Babel. Descem para Gramado ou param em Canela e as atrações só estão começando. Natal nestas duas cidades (Gramado e Canela) é regado a muito chocolate, o comércio investe nesse negócio e os consumidores agradecem. É uma festa! Agora mais, já que a telenovela do horário das dezoito horas, “A Vida da Gente”, passar-se na Região Sul, precisamente Gramado e Porto Alegre, atentando aos telespectadores para as belezas destes lugares.
Mas a chuva que acometeu a região há algumas semanas não livrou aos agricultores, que ávidos pela sobrevivência carregam na produção de uvas seu ganha-pão. Parreirais destruídos, famílias sem festas ao final de 2011, um prejuízo de aproximadamente 30 mil reais. Parece pouco, porém para aqueles que deram duro o ano todo para colher os louros ao final do ano que acabou recentemente é muito. Um sentimento que agrega suor, lágrimas, chuva e sangue.
A esperança parece estar distante, mas a vontade de trabalhar e fazer render os esforços são palavras correntes entre os que tiveram suas plantações devastadas pela fúria da natureza que reage em meio ao seu sofrimento.

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