domingo, 8 de janeiro de 2012

Momentos, memória e a construção do Homem

Ainda ontem escrevi sobre o perdão e desta fui beber em Fabrício Carpinejar uma frase brilhante: “Perdoar é esquecer”. E tem sido assim, esquecê-las, sem seqüelas, sem mágoas, sem ressentimentos, enfim esquecer.

E a memória? Como ficam nossos traços do passado, com seus elementos essenciais para a construção do futuro? Apagaram-se tudo? Apenas aquilo que vem nos fazendo mal, tornando nossa degustação da vida indigestiva, formando aquele nó na garganta quando engolida ou mesmo aquele reboliço no estômago após sua ingestão. Os ingredientes que estruturam nossa vida são cercados de momentos bons e ruins, por isso o ser humano não consegue ser feliz 365 dias ao ano. A Felicidade é momentânea. Pois é, os momentos ruins acontecem, possuem sua parcela de culpa na construção do alicerce de nossas vidas e estes se completam com o surgimento dos bons momentos.

A instrução é para que sigamos conduzidos pelos bons momentos e que estes sejam suficientes para construirmos o nosso futuro, porém é através dos maus momentos que aprendemos, são eles sim elementos fortificantes na construção do edifício da vida. É lógico que procuramos não lembrá-los, mantê-los no esquecimento, no entanto são fundamentais para nos conduzirem aos reais e perfeitos caminhos. Se estes existirem estamos procurando-os incansavelmente, errando, perdoando e sentido que o ser humano é possível e que momentos ruins são fundamentais na manutenção de sua memória e, mais do que isto, primordiais no processo de construção do Homem.

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