sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quase um Pau-de-Arara"

Na tela o anúncio de que o vôo atrasaria. A previsão era de uma única hora. Melhor assim.
O tempo não passava, passeávamos pelo aeroporto com a Beatriz, minha filha. Priscila, minha esposa, tenta acalmá-la. Peito, remédios naturais e nada. Um choro que refletia o seu cansaço. Estávamos todos exaustos, imaginem uma criança de apenas cinco meses.
O tempo passa. Faltam apenas trinta minutos para a hora anunciada. Beatriz está em silêncio. Caminhamos. Entramos na livraria e numa das prateleiras Rubem Alves conversa com Elisa Lucinda; Gilberto Dimenstein assiste. Que espetáculo! Era mais uma dessas belas obras em que o Rubem envolve-se e tem ajuda de um pessoal magnífico. Lembro da Lucinda com a Ana Carolina. Também me lembro do Rubem com o Gilberto Dimenstein. Parcerias fantásticas. E do Seu Jorge com a Leci Brandão; o Zeca Pagodinho e o Jorge Ben Jor; o Arnaldo, o Carlinhos Brown e a Marisa Monte. Nossa, que sonho! Fico fascinado.
O tempo passou, viajamos com o livro, a Bia dormiu mas acordou, pois o avião não chegou na hora anunciada. Partiu com três horas de atraso. Nos microfones o aspirante a Cid Moreira pede desculpas. É vaiado.Pessoas com fome, outros com sono e mais outros com essa soma. No meu lado reclama um alemão, mas não entendo. Será que reclamava? Prefiro acreditar que sim. Uma senhora grita de dores, pois há pedras em seus rins. No andar de cima escuto vozes com reclamações: é a indignação.
O avião sai, atrasado. Apenas três horas. O Seu José perdeu o enterro do irmão; Dona Josefina teve que tomar morfina e a Carolina...essa faria programas.
Pensei em uma pizza, mas nos serviram um lanche frio com refrigerante quente. A aeronave balançou muito, a Beatriz chorou muito (com razão). Deu sono, não dormimos porque o tempo estava incerto por essas bandas. Sossego apenas no solo.
Em casa não consegui dormir. Minha esposa e a Bia caíram no sono, mas só foram descansar no dia seguinte, eu também!
Vôo sem atraso, apenas os que servem Luiz Inácio e seus serviçais. Queria o "Pau-de-Arara" que trouxe a família Silva de Guaribas para o Sudeste.

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