sexta-feira, 2 de abril de 2010

Tempo ao tempo: este tempo somos nós

Decidi escrever sobre o tempo, talvez um tempo, tempo este que nos remete à distância...

Tempo de “vacas gordas”, como insiste o dito de auto-ajuda fruto da sabedoria popular;

Tempo em que a paz venceu a guerra e que as discussões trafegam apenas pelo poder da palavra;

Tempo em que as doenças tiveram um final, foram exterminadas pelo brilhantismo da mente humana, um emaranhado de fórmulas chatas, mas eficientes;

Tempo em que a fome fora algo pertencente ao passado, pois os campos semeam abundância e a comida farta seria privilégio de todos;

Tempo em que o analfabetismo brasileiro fora eliminado por uma campanha demorada, mas vitoriosa. Analfabetos por aqui são seres pertencentes a uma jurássica história contida em nossos livros didáticos;

Tempo em que a corrupção não faz mais parte de nosso vocabulário, muito menos do dialeto dos políticos. Político brasileiro não é mais corrupto. Alguém se lembra quando foi a última vez que um político brasileiro foi acusado por corrupção?

Tempo em que a família voltou a se reunir em torno da mesa para usufruir as lautas refeições e o diálogo foi restabelecido. O filho terá orgulho de dizer que é filho de seu pai ou da mãe;

Tempo em que os Homens finalmente se conscientizaram sobre os males causados à Natureza e hoje realizam trabalhos benéficos como a redução na emissão de gases causadores do desequilíbrio natural;

Tempo em que os moradores de rua se tornassem moradores de casas, voltassem aos seus lares, convivessem pacificamente com seus familiares, procurassem se empregarem. O labor é farto, os tempos são outros;

Tempo em que as drogas lícitas foram esquecidas, dando lugar aos sucos naturais;

Tempo em que os acidentes nas estradas brasileiras tivessem diminuído, encerrando-se seria a palavra correta e que não mataríamos mais que a última guerra no Iraque;

Tempo em que as Universidades aderissem ao bom currículo do vestibulando e eliminasse a disputa abusiva surgida com os exames vestibulares, mas para isso a progressão continuada acabara;

Tempo em que os brasileiros freqüentassem mais as bibliotecas públicas, comprassem mais livros, visitassem mais as livrarias dos shoppings;

Tempo em que o amor expandisse pelos corações mais frios, povoasse os pensamentos mais vadios e se incorporasse ao nosso dia-a-dia;

Estamos dando tempo ao tempo, mas esse tempo somos nós!



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