Depois de algum tempo esperando, assisti ao filme nacional “Salve Geral”, uma bela produção do diretor Sergio Rezende. Andréa Beltrão no papel da pianista Lúcia, uma advogada que não exerce a profissão.
A história caminha na ótica do caos que o PCC comandou no estado de São Paulo – uma verdadeira estratégia típica de um crime que mostrou ser organizado. O filme é muito bom, mas não poderia ser o candidato ao Oscar, prêmio maior do nosso cinema. Está certo que dentre os brasileiros foi o melhor, porém essa onda de violência que acontecem com alguns filmes indicados à disputa mundial do cinema deve cessar. Foi-se o tempo em que a miséria e a violência seriam armas letais para acertar os corações dos jurados norte-americanos. Eles querem mais, algo além, a beleza brasileira. Isso nós temos. Mostramos ter e o nosso cinema não é diferente disso.
Há duas semanas levei o cineasta Neco Pagliuso lá no Colégio Objetivo para me ajudar na discussão com os alunos sobre a obra “Dom Casmurro”, do eterno Machado de Assis. Já tínhamos nos situado quanto às nuances do romance realista escrito, porém o filme de Moacir Góes – “Dom” – veio para abrilhantar e tornar a discussão empolgante. Buscamos com esse paralelo entre película e livro trazer os aspectos mais importantes da trama: ciúme, adultério, família etc. E Esse filme, lançado em 2003, é um belo exemplo de que nosso cinema pode sair das margens da violência. “Cidade de Deus” e “174” são exemplos de que violência não ganha campeonato.
Já é hora de nossos cineastas mostrarem a verdadeira cara brasileira para o cinema mundial, transformando a nossa beleza real em filme, numa linguagem conotativa.
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