sábado, 15 de maio de 2010

A beleza brasileira numa linguagem conotativa

Depois de algum tempo esperando, assisti ao filme nacional “Salve Geral”, uma bela produção do diretor Sergio Rezende. Andréa Beltrão no papel da pianista Lúcia, uma advogada que não exerce a profissão.

A história caminha na ótica do caos que o PCC comandou no estado de São Paulo – uma verdadeira estratégia típica de um crime que mostrou ser organizado. O filme é muito bom, mas não poderia ser o candidato ao Oscar, prêmio maior do nosso cinema. Está certo que dentre os brasileiros foi o melhor, porém essa onda de violência que acontecem com alguns filmes indicados à disputa mundial do cinema deve cessar. Foi-se o tempo em que a miséria e a violência seriam armas letais para acertar os corações dos jurados norte-americanos. Eles querem mais, algo além, a beleza brasileira. Isso nós temos. Mostramos ter e o nosso cinema não é diferente disso.

Há duas semanas levei o cineasta Neco Pagliuso lá no Colégio Objetivo para me ajudar na discussão com os alunos sobre a obra “Dom Casmurro”, do eterno Machado de Assis. Já tínhamos nos situado quanto às nuances do romance realista escrito, porém o filme de Moacir Góes – “Dom” – veio para abrilhantar e tornar a discussão empolgante. Buscamos com esse paralelo entre película e livro trazer os aspectos mais importantes da trama: ciúme, adultério, família etc. E Esse filme, lançado em 2003, é um belo exemplo de que nosso cinema pode sair das margens da violência. “Cidade de Deus” e “174” são exemplos de que violência não ganha campeonato.

Já é hora de nossos cineastas mostrarem a verdadeira cara brasileira para o cinema mundial, transformando a nossa beleza real em filme, numa linguagem conotativa.

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