Pelos ralos, gotas de sangue vermelho-fogo;
Pelos esgotos escorre a vida
Nasce mais um monte de lixo visto pelo campo maternal.
Nas igrejas seus pastores bradam contra a questão;
E nos açougues clandestinos, mães matam seus pupilos.
Ontem morreram milhares,
Hoje outros milhares,
Amanhã mais alguns milhares
Elas assassinaram futuras gerações,
Não lhes deram a chance de mostrarem o seu valor.
E quantas mulheres saem matando,
Matam as mínguas ao saírem para a prostituição,
Matam ao deixarem-nos nos orfanatos;
Aos lhes renegarem o seio materno pelo culto à beleza,
Quando proferem palavras desanimadoras, culto a desmotivação do cidadão.
Morrem crianças vítimas da desnutrição,
Outras vítimas da fome,
Mas morrem mais vítimas da negação.
Negar a um filho a chance de viver
É ser incapaz de continuar a viver.
Negar a um filho a chance de viver
É ser incapaz de crescer.
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