domingo, 27 de junho de 2010

Mataram-me

Pelos ralos, gotas de sangue vermelho-fogo;

Pelos esgotos escorre a vida

Nasce mais um monte de lixo visto pelo campo maternal.

Nas igrejas seus pastores bradam contra a questão;

E nos açougues clandestinos, mães matam seus pupilos.



Ontem morreram milhares,

Hoje outros milhares,

Amanhã mais alguns milhares

Elas assassinaram futuras gerações,

Não lhes deram a chance de mostrarem o seu valor.



E quantas mulheres saem matando,

Matam as mínguas ao saírem para a prostituição,

Matam ao deixarem-nos nos orfanatos;

Aos lhes renegarem o seio materno pelo culto à beleza,

Quando proferem palavras desanimadoras, culto a desmotivação do cidadão.



Morrem crianças vítimas da desnutrição,

Outras vítimas da fome,

Mas morrem mais vítimas da negação.

Negar a um filho a chance de viver

É ser incapaz de continuar a viver.

Negar a um filho a chance de viver

É ser incapaz de crescer.

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