quarta-feira, 20 de julho de 2011

Livros: a felicidade que me aquece...

Os livros que leio não são os mesmos que o habitante da periferia lê, pois a ele não foi dada a chance de apresentação aos compêndios.
Este garoto que mora lá no morro carioca, nas favelas paulistanas ou mesmo em muitos bairros à margem do centro taquaritinguense não teve o livre e feliz acesso a uma biblioteca. Pode parecer discriminatório de minha parte realizar esta simples comparação entre os livros que já li e os não lidos por um garoto ou garota periférico, mas não é. Longe disto!
O garoto que reside num barraco ou mesmo em uma casa feita com pouco pó no centro da cidade não teve a oportunidade de ser apresentado, devidamente, a um livro, ou seja, seus familiares necessitam trabalhar, ganhar o pão do dia-a-dia. Mesmo aqueles que não trabalham, acabam se ocupando com outras vertentes como as drogas, daí meus amigos: um abraço! E esta criança nunca lerá? Ficará com as músicas de funk permeando o seu cérebro enquanto faz os afazeres domésticos? É lamentável que muitos pensem assim, inclusive políticos, que possuem a chance e elementos para mudarem esta situação, mas não o fazem.
Não direi que é fácil realizar esta tarefa que requer tempo, mas nada nos impede de tentarmos. Para isto alguns outros grupos já o fizeram, percorreram este caminho árduo logrando êxito. Basta um pouco de vontade política, principalmente daqueles que almejam qualquer outro posto público que conte com o apoio do povo. Mas não basta. É muito pouco ou mesquinho realizar tais feitos em prol de um cargo político ou votos no futuro. Necessitamos de amor, principalmente à leitura e ao ser humano.
Há algumas semanas acompanhei uma discussão pelo facebook (adorei esta rede social) em que foi dada a possibilidade de que os nossos leitores de Taquaritinga teriam acesso a duas grandes bibliotecas quando nos referimos a acervo. É verdade, tanto a da Fundação Edmilson, quanto a Biblioteca Municipal José Paulo Paes são propícias para enveredarmos pelo mundo imaginário dos livros. Além dessas duas grandes aquisições do município de Taquaritinga, também, temos as bibliotecas escolares que pouco são citadas, mas os acervos pertencentes a esses estabelecimentos de ensino são fartos.
Porém o problema não está aí, temos sim onde pesquisar, realizar um bom percurso literário. Estes garotos que aí estão necessitam serem apresentados aos livros, os problemas sociais mantiveram-nos a margem dos compêndios, os livros, infelizmente ainda não fazem parte das cestas básicas dos pequenos. Cabe a contratação de pessoas especializadas para pegá-los, levá-los aos livros, ler para eles, algo não feito pelos pais. O professor tem sim o seu papel atuante neste cenário, porém não é o protagonista. O ator principal são projetos que sustentem tais feitos, uma luta com moinhos, que a princípio pode parecer de um típico sonhador, mas que pertence a alguém que luta em ver sua Cidade, seu Estado, seu País conquistando índices satisfatórios quando o assunto é leitura.
A felicidade que me inspira pode ser a mesma que aquecerá os corações de nossos munícipes, quando os livros forem-lhes apresentados.

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