sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Manias

Deu vontade vou lá e escrevo. Não sei ser metódico, cheio de manias, muito menos conseguir um horário na minha agenda para começar a traçar algumas linhas, porém quando acontece o despertar, sei que tenho uma idéia e esta poderá se transformar em um dos meus textos pego minhas folhas, uma caneta azul Bic, que a Nélida Piñon odeia, e rabisco algumas palavras. Podem não ser das melhores, mas são pensamentos, idéias insistentes para que o leitor possa refletir, sugado a pensar, utilizar-se de sua inteligência. Escrever é isso: propor ao seu leitor que pense. Exercite seus neurônios.

Certa vez, mais precisamente na Feira Literária de Ribeirão Preto, assisti a uma palestra com o poeta Fabrício Corsaletti que afirmou escrever pela manhã antes de se dirigir para o trabalho. Confesso que tentei, empreguei uma metodologia aos meus escritos, no entanto não foi possível. As idéias surgem inspiradas em momentos e estes acontecem a qualquer hora. Acho possível sim que um certo rigor em suas composições seja necessário, mas para mim não cola.

Faço do ato de escrever algo descompromissado, é lógico que fico puto quando os textos ficam presos no fundo sombrio de meu cérebro, mas é de direito, sei que surgirão. Momentos difíceis acontecem e tem sim a capacidade de nos travar perante os teclados do nosso PC. Fiquei mais de seis meses trancado, ressecado como dizem os médicos perante a ausência do ato de defecar, não escrevia, apenas idéias, cujo desenvolver era impedido, barrado por algo maior. Sabia que a qualquer momento os textos sairiam e chegariam aos montes. Vieram e com eles a compulsão pela leitura que já era avassaladora.

Hemingway, Goethe e Virgínia Woolf escreviam em pé; Victor Hugo, Rubem Fonseca e Antonio Callado compuseram suas melhores obras após a metódica caminhada; Truman Capote, Stevenson e Mark Twain escreviam deitados; já Borges, Vinícius de Moraes necessitavam estar numa banheira para se inspirarem e ali mesmo realizarem suas obras; valter hugo mãe (se escreve assim mesmo com letras minúsculas por decisão do próprio autor), Asimov e Bernard Shaw são escritores que necessitam de reclusão para comporem seus textos.

Perfeitos! Sigo aqui, com minhas manias descompromissadas odiada pelos editores, lendo os meus livros, produzindo os meus artigos, mantendo-me vivo diante das notícias e, acima de tudo, preparado para caso a inspiração chegar.

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