Ontem ao me deparar com aquele homem que comia vorazmente os petiscos encontrados naquele saco de lixo, lembrei-me de Bandeira e seu clássico "O Bicho". Quanta miséria ainda neste país... quantos que ainda convivem com a fome, sem ter algo para comer. Saem à caça, em busca do almoço, do jantar, sei lá.
Parece mentira termos que voltar a este tema que já ultrapassou o meio século, através da beleza poética de Manuel Bandeira. Infelizmente a situação é trágica, antes eles se confinavam nos depósitos de lixo como mostrou Jorge Furtado em "A Ilha das Flores", agora estão a soltam pela cidade como animais que foram espantados das florestas vítimas da devastação.
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