sábado, 21 de abril de 2012

Pela Rua das Palavras






Sigo pela rua Dos Andradas, a mesma rua em que Mário Quintana viveu boa parte de sua vida, compôs sua poesia, tomou de suas taças de vinho e viveu no meio de gente.

Confesso ter escrito pouca poesia, contribuído para a sua leitura, um pouco mais, mas foi através da prosa que senti realizado os meus mais doces e eternos desejos, galguei passos dantes nunca dados e com certeza brado que participei ativamente da decisão de muitos quando começaram a valorizar a nossa escrita.

Saio da Casa de Cultura Mário Quintana com fome, pronto para comer o feijão que só Priscila é capaz de derreter, tornar o caldo grosso, propício a degustação de um apaixonado por essa iguaria, porém o meu desejo é maior em se tratando do alimento através da palavra, esta que é cozida com os mais apetitosos temperos, com as mais deliciosas ideologias, as mais crocantes crenças... Beatriz, também, espera ávida por um beijo, um abraço, para me contar como foi o seu dia. Como é bom viver em meio às palavras, em meio às pessoas que sabem lidar com o vocábulo e que dela executam o seu sustento, tornam-na o seu labor, procuram o seu instrumento de trabalho.

Respirar ao ar em meio às palavras é muito melhor, pois parece que tudo aquilo se expande, dilatam as nossas narinas, enchem aos nossos pulmões e aí estamos prontos a viver mais. Ler e escrever mais, poder passar por caminhos como este que acabei de passar e aí trazer à memória lembranças cercadas por escritos, belas palavras, histórias que superam a qualquer livro de autoajuda, que sobrevivem da mais vil das propagandas.

Lidar e apreciar às palavras, não tem preço!