sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vagão


Vazio. Os seres humanos se misturam e vão se ocupando de cada espaço, são individualistas. Aglomeram-se, rompem a barreira da velocidade, passam-se por cima, emfim... querem chegar!
            Em cada estação o número de pessoas aumenta, são homens e mulheres se destinando aos mais variados destinos. Tem aqueles que anseiam chegar logo em seus lares, pois trabalharam o dia todo e o desejo é descansar, ficar ao lado de seus familiares; existem aqueles que apenas querem uma balada, gastar pouco é sobrar alguns trocos para o porre. Neste grupo noto meninas quase despidas, abusando de shorts, minissaias, apossando-se de seus quase cajados, ou seja, garrafas e latas de bebidas alcoólicas que as estimulam, fortalecem a coragem.
            Na estação mais a frente adentra aquela família numerosa, apenas com a mãe que mal pode coordenar os inúmeros filhos. Eles pulam, gritam, rolam pelo chão do trem, mas a mãe é limitada pelos poderes que nunca teve. Na janela um de seus meninos grita, cospe e fala palavrões. Os passageiros olham com um ar de repulsa, porém a senhora não se intimida e continua a viajar cantarolando um desses funks do momento.
            Parece que o trem vai parar as pessoas não se acotovelam mais, nem os homens se aproveitam da situação para encostarem-se às mulheres e dali acharem que estarão retirando uma casquinha, pobres mentes deturpadas, acostumadas a infelicidade e procura da satisfação a qualquer custo. Através da mídia já fui informado de estupros, brigas, mortes, namoros acalorados, mas nunca presenciei tais cenas, mas me acostumei a analisar as pessoas que freqüentam esta viagem, assim como eu que devo também ser analisado por alguém. A cada vagão uma história e diversas vidas apresentadas...

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