quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Inspiração senil


A inspiração é algo divino, mas não aparece com promessas, excesso de devoção. Ela aparece quando quer, quando sente vontade, quando nota que o corpo que a receberá está preparado, disposto. E com o idoso é a mesma coisa, quando eles resolvem, ninguém pode. Seria a experiência ou a teimosia? Mas esse estado pertinaz poderia estar associado à confiança, uma espécie de previsão do futuro; sabem o que acontecerá. Sou todo ouvido aos conselhos seus.

Concordo quando dizem que o idoso não pode ficar só, assim também como os bebês. O primeiro, perdeu seus reflexos e o segundo necessita do amparo familiar para se desenvolver. Quantos idosos insistem em morar sozinhos? E há aqueles que não admitem nem mesmo os palpites familiares. Recebem aposentadoria, passam pelos parques e praças, jogam o seu baralho, apostam nos bingos da vida e há aqueles que ainda trabalham. Laboram, pois não suportam o ócio. Completam o salário de aposentado com o dinheiro ganho em outro trabalho.

Mas com tanta violência, tantos casos grotescos apresentados pelos veículos de comunicação, não podemos desampará-los. Sei que há diversos asilos, casas de idosos, que os tratam muito bem, mas o carinho do seio familiar é vital. Emana-se vida, afeto, quando esse amor é recíproco. Não basta apenas o idoso destribuí-lo se os filhos, netos, bisnetos, irmãos não retribuem. É por isso que ontem uma senhora, minha vizinha, preferiu o asilo ao convívio familiar. Quando eles resolvem, ninguém pode. Mas nesse caso concordo com a senhora, minha vizinha.

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