domingo, 1 de novembro de 2009

Domingo

Domingo é o primeiro dia da semana ensinam os calendários e a língua portuguesa quando retrata os numerais apresentando o seu segundo dia da semana como segunda-feira, certo? Portanto o domingo, por questões lógico-matemáticas caracteriza-se como o primeiro dia da semana. Mas nem por isso é lhe dado o direito de sair por aí realizando tarefas básicas e concretas dos outros seis dias de nossa semana. Domingo é dia de descanso; é dia em que temos o dever de ficar de pijama por todas as suas vinte e quatro horas; é dia de abusar do cabelo sem pente; de ler o jornal pacientemente sem a interrupção daquele colega chato de trabalho que liga perguntando o que será feito amanhã. Impaciência chata, arredia. O pior de tudo isso é quando o chefe liga em pleno domingo para passar-lhe um sermão ou dar um conselho, que quase sempre nunca será aplicado, pois era um desejo dele, algo que estava guardado em seu inconsciente e na noite passada foi revelado através de seus sonhos mais obscuros, então se passa ao seu comandado.
Domingo é o dia da família, da reunião para aquele lauto almoço, para passear com seus filhos, sentir o vento fresco da manhã, arder na piscina daquele clube, tomar a tão sonhada e suada cerveja com os amigos. O nosso primeiro dia tem que ser a preparação para os dias que estão por vir; é o refazer de nossas baterias.
Quando me lembro deste dia aparece a sua cor, um verde sossegado que leva-nos a calma, a tranqüilidade, o pueril “domingo é pé de cachimbo” (que saudades!). Já na minha adolescência passo pela continuidade dos almoços na casa de meus avós e também da reunião com os amigos. Esse era o dia que escolhíamos para nos reunir e não falar sobre as nossas profissões. Era proibido. Que satisfação! Quanto assunto passou por nossas hemorragias verbais. Uma incontinência saudável, dedicada ao ócio.
E aqueles domingos que chegavam com o prêmio de bonificação, ou seja, juntava-se à segunda-feira e declarava o final de semana prolongado. Famílias desciam as praias de Santos e aqueles com pouco dinheiro se contentavam com as excursões até a praia de Sales ou simplesmente Ibirá ou Iacanga. Quantas vezes não fui me banhar por essas águas acompanhado pela minha doce avó Carmem. Que paciência ela tinha comigo e com meu irmão. Saudades!
Enfim, no domingo não quero ser interrompido, principalmente com notícias do labor, isso há que se resolver nos dias considerados para o trabalho. Não confundam alhos com bugalhos; e trabalhando no domingo não nos enriquecerá, pelo contrário, atrapalhará o nosso cotidiano. Um bom domingo a todos!


P.S.: Como diz a letra da música “Domingo”, interpretada pelo grupo “Titãs”: “Domingo eu quero ver o domingo passar...”.

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