terça-feira, 29 de dezembro de 2009

As cores da sorte

Os rojões repicavam anunciando mais um ano que se acabara. O céu permanecia iluminado com as estrelas reluzentes como aquele corpo coberto pelas sardas e enfeitado pelo colorido iluminado dos fogos. Era Novo Ano. O branco era o traje principal, antecipando a paz que viria; o vermelho anunciava paixão; o verde dava os toques da esperança; havia os que se empolgavam com o amarelo e dele tentavam obter dinheiro; o roxo e o preto eram evitados, mas há sempre os que dele fazem questão da demonstração. Isso acaba irritando alguns supersticiosos, que acreditam piamente na sorte emanada pelas cores. Apostam nas terapias cromoterápicas. Mas eu nunca fui ligado a essas manifestações. Colocava a roupa que acha a mais adequada (é lógico que sem os detalhes estilísticos da minha esposa, minha consultora de moda) e partia rumo à festa. Era assim em todas as manifestações de alegria que me dirigia. O importante era estar bem. E estava. Só me dirigia a uma festa quando sabia que poderia emanar alegria, do contrário nada feito. Que graça há ir a uma festa e ficar emburrado pelos cantos, discutindo com seus amigos, implicando com seu parceiro ou parceira? Festa é alegria!


Quantos conselhos recebi relatando sobre a importância das cores nas vestimentas de final de ano. Quanta bobagem... É a mesma crença que alguns têm em não passar por debaixo de escadas, gato preto (quanto preconceito!). Agora me lembro de alguns costumes do passado que foram quebrados, dissolvidos e hoje fazem parte do imaginário popular. Lembro-me de que quando um amigo ou membro da família falecia lá iam os meus avós colocarem um pano preto sobre a TV para durante sete dias guardar luto daquele que se fora. Hoje penso: o que vale é o amor que você conferiu a aquele que se fora. Detalhe: naquela casa não poderíamos assistir aos nossos programas prediletos ou qualquer outro. Tomar manga com leite também fazia mal. Até hoje fico cismado. Não gosto de leite, minha filha também. Manga pouco aprecio, apesar de ser uma fruta típica aqui da minha região. Taquaritinga é responsável por 45% da produção desta fruta no Estado. E sair no vento depois de tomar banho, ficava com a boca torta.

Pois é, tínhamos muita limitação quanto a esses dizeres e acreditávamos pelo fato de serem bradados pelos antigos, por nossos antepassados. Mas com o acesso a informação pôde notar-se que certos ditos eram pura superstições e hoje os jovens pouco sabe destes que se tornaram folclore. Aproveite este final de ano vestindo a roupa que você se sentir melhor e quem sabe o branco não traga a paz que tanto você deseja e o amarelo o dinheiro da “Mega-Sena da Virada”.

Nenhum comentário: