segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Quem lê os jornais de ofertas?

Olhei atentamente para aqueles rostos que não passavam de seus dezesseis anos, eram garotos entregando esses jornais de ofertas dos supermercados e lojas da cidade no cair do crepúsculo. Meu cunhado que estava próximo advertiu-me dizendo que os meninos estavam trabalhando. Concordei. E que era uma ocupação, pois nessa idade as drogas (incluindo aqui a Internet que também vicia) acabam desviando os adolescentes do caminho do progresso. Está certo, mas não era essa a minha indagação. Aposto naqueles que oferecem postos de trabalho aos jovens e confio no futuro promissor daqueles que labutam desde de cedo.


A minha intimação era quanto aos milhares desses jornais de propagandas que são espalhados pela cidade. Papéis aos montes que emporcalham nossas ruas, praças e avenidas. Por que tanto papel? Tantas árvores mortas? E as donas de casa são as maiores consumidoras desses jornais? Ou será que já sabem onde estão as melhores ofertas?

Sei que outro dia presenciei uma senhora com um desses folhetos aqui em um supermercado, afirmava-me que os preços ali expostos (no jornal) não eram os mesmo das prateleiras. Esperem aí: a propaganda ali foi enganosa. Mas o que de fato acontecera foi que o jornal pertencia ao mês de maio de 2008 e a dona de casa, provavelmente os colecionava. Acreditei que esta senhora realmente lia aos jornais de ofertas.

Minha mãe também é assim, lê. Dificilmente vejo-a pegando um livro, mas os jornais de ofertas estão lá, nas suas mãos prontos para comparação. Tenho um tio, solteiro, que também é assim, só faz suas compras depois de conferir as ofertas chegadas com os jornaleiros-meninos. Os preços estão todos memorizados e ele prefere não levar o jornal para as compras. Quinzenalmente ele faz as trocas, renova o seu estoque de ofertas.

Conheço a Dona Aracy e ela não admite ter o seu quintal invadido por esses jornais, vai rasgando todos que ali se destinam. Depois aproveita para fazer uma fogueira ao fundo de sua residência. A Dona Filó vai juntando-os para vender nessas casas que compram papéis para reciclar. Disse-me que vale a pena, já que a quantidade desses periódicos é demais. O Seu Edmar vai chutando um a um (os jornais) e os envia para a calçada. De fato é muita sujeira. É muito papel. Só que na calçada, não! Continuo a acreditar que eles emporcalham nosso ambiente. Eu que aprendi ir ao supermercado e realizar as compras da semana não os utilizo, e nunca parei para olhar e verificar se realmente os preços que ali se encontram são os publicados pelos jornais. As opiniões são divididas: de um lado os leitores fiéis dos periódicos de ofertas; do outro os opositores, amigos do meio ambiente e preservadores dos quintais próprios. Apesar das compras opto pelos amigos do meio ambiente e quintais próprios.

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