sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Cenas do Cotidiano

Semana passada quando sai da escola dirigia-me até minha residência, já passávamos do horário do almoço, o astro-rei exibia todo seu poder e o calor chegava aos seus 37ºC. Segundo especialistas a sensação era de 45ºC.

Descendo pela rua Carlos Gomes no cruzamento com a Marechal Deodoro senti que podia ajudar. Que interessante: passei o período matutino refletindo sobre a importância do convívio harmônico com os demais seres humanos. Assisti uma reportagem no dia anterior, que me levou a esse questionamento: a falta de companheirismo entre os Homens. Lá na esquina estava um deficiente visual que esperava por ajuda para poder atravessar a rua e seguir o seu trajeto. Antes de chegar percebi que muitos passavam, mas não davam atenção àquele que necessitava de ajuda. E não foram poucos. Tratei logo de lhe interrogar e pedir se necessitava de ajuda, disse-me que sim. Peguei em seu braço e fomos atravessando. Do outro lado da calçada ele me agradeceu. Prossegui e ele também. Fomos por caminhos distintos, mas a humanidade nos unia.

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O Sol estava cansado, insistia em não sair e com esse “horário de verão” o dia demora a se clarear. Na subida para o colégio são quase oito quadras que faço questão em cumpri-las caminhando. Não há nenhuma promessa, apenas minha fobia diante da direção. Prefiro caminhar. De carro só se for conduzido.

Uma mãe caminha com seu filho, seu destino: a escola. Conversam sem interrupções, um diálogo alegre, franco. De pai com filho e não de amigo a amigo. É assim que deve ser. Os pais necessitam exercer o seu poder de pai, amigo não. Depois de uma conversa agradável a pergunta que me decepcionara: “você trouxe o seu celular?”. O garoto tinha lá os seus nove anos e nem merecia estar refém desse aparelho tecnológico. Tudo indicaria que ele o usaria no colégio. Faria como a maioria dos garotos de sua idade, ouviria músicas, assistiria a vídeos, mas não como telefone como realmente deveria ser. Mal sabia essa mãe (ou teria consciência) de que seu filho estava sendo levado a alienação. Refém da manipulação tecnológica.

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No prédio onde moro a vista dos altos do Jardim Ribeirãozinho é o exalar da beleza. Taquaritinga cresce em expansão territorial. Precisa começar a se expandir em outros aspectos. Cresceu politicamente. Que bom!

Vizinhos sempre foram estimados por mim e minha esposa, também. Sabe que nos damos muito bem com os nossos. Não são com os cinqüentas da direita e da esquerda, mas um pouco menos. Semana passada mudaram por aqui uma família: homem, mulher e filho. Parece que não tem respeito pelos seus vizinhos: o aparelho de som toca uma música num volume altíssimo e até o raiar da manhã, acredito que não trabalham. A mulher por diversas vezes espancou o seu filho. Não são sermões, é agressão. Semana passada fizeram uma festa e prolongaram-se até as sete da “matina”. Pratos quebrados, gritos, um barulho ensurdecedor, crianças chorando com sono. Até tiros cheguei a escutar. A polícia compareceu ao local, mas nada aconteceu com os novos moradores. Além disso, os demais vizinhos foram ameaçados, inclusive eu por ter acionado os policiais. E fico aqui a pensar: quanta falta de consideração com os demais seres humanos. Divirta-se, mas saiba respeitar os seus semelhantes. Aqui temos senhoras, crianças, deficientes físicos há que se conscientizar.

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Quanta felicidade em não ver mais aquele número excessivo de desocupados em nossas praças. Por diversas vezes quando passei por esses locais públicos cheguei a ser abordado por alguns desses seres humanos. Pediram-me dinheiro, cigarro, comida. Acompanhei discussões, agressões e até um namoro mais caloroso entre eles. Que situação!

Sempre fui contra essa política de dar dinheiro ao indivíduo e mandá-lo a uma outra cidade. O problema não seria solucionado, apenas amenizado. Lembro-me da “Nau dos Loucos” mostrada por Foucault em sua “História da Loucura” em que os considerados loucos, doentes, impróprios para a sociedade eram enviados num barco e lançados a uma viagem marítima. Aonde chegariam? Mas foi de bom grado aos cidadãos taquaritinguenses o implantar de seguranças em nossas praças. Sei que não sairá barato ao poder Executivo, mas foi uma maneira dessas pessoas deixarem nossas belas praças serem freqüentadas, ativadas, pois além de ocupá-las de uma maneira inadequada viviam emporcalhando-nas. Trabalho não faz mal a ninguém. Aqueles que realmente necessitam de ajuda devem ser amparados.

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A vida é cercada dessas nuances, podemos chorar durante a noite, sofrer com a tristeza, mas sempre numa manhã nasce, é despertada a alegria. Viva e conviva.



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