sexta-feira, 16 de julho de 2010

De cara virada

Quando passei por ela o seu rosto se virou para o outro lado e não quis me cumprimentar. Seguiu o seu trajeto. Se fosse em outros tempos pararia, conversaria, botaríamos o papo em dia e bola pra frente que o jogo é de campeonato.

Pensei em correr atrás e indagar o que ocorrera. Talvez não obtivesse resposta, porém não dormiria com aquela dúvida. Grosseiro, sei que nunca fui. Filhos na escola, onde leciono, não possui, pois poderia alegar que dei uma nota vermelha para seu filho sem que o mesmo merecesse. Procurei grão a grão em minha mente o que teria feito para ter provocado o desprezo daquela que um dia sentou-se por diversas vezes ao meu lado, abriu seu coração, compartilhou da mesma cerveja que eu e desta vez me apunha-la. Confesso que a tristeza me abateu. Rasgou as flanelas finas e frágeis do meu coração. Espero que você que lê agora estes escritos nunca tenha que passar por uma situação como essa, constrangedora, sinistra como afirmaria um amigo meu cantor de rap.

Em casa fiquei três dias a refletir e procurar um motivo que me levasse ao solucionar daquela atitude inválida. Era isso: atitude inválida! De minha parte nada havia. Algumas opiniões, que muitas vezes a pessoa anseia e depois não quer escutar, às vezes aquilo pudesse ser motivo para chateação, mas não levar a esse ponto, discórdia. Anteontem mesmo tomávamos cerveja num bar aqui do centro da cidade, conversávamos sobre os problemas enfrentados pelos professores estaduais etc. Ontem não a vi. Talvez fofocas tenham motivado tal atitude. É isso: no meio docente há muita mentira. Muita intriga. Passamos pela inveja. E para os maléficos de plantão soltarem um impropério não há firulas, dar-se-á sempre um jeitinho.

Não procurei saber o nome do acusado, mas fui procurar saber o motivo de tamanha raiva. Não obtive resposta. Muito menos uma palavra daquela que até semana passada dizia ser uma amiga. Fiquei triste, mas levei aquilo comigo e procurei refletir: de fato amigos são poucos. E é incrível como em uma cidade pequena como a nossa as pessoas te amam com facilidade e de repente passam a odiá-lo com uma rapidez impressionante. Ou pelo fato de você não jogar no mesmo time político a qual ela pertença, pelo fato de você ter publicado coisas que ele ou ela não tenha gostado ou por você ter atribuído uma nota vermelha aos protegidos. Em que mundo estamos, ou melhor, que cidade moramos? Há que se ter mais inteligência, um pouco mais de vergonha na cara ou simplesmente amor dentro do coração, que acho ser isso a ausência que carrega esses cidadãos para o fogo. O pior de tudo é quando tal atitude sai de um ente querido. Não dá para acreditar!

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