sexta-feira, 23 de julho de 2010

A obrigatoriedade dos serviços domésticos

Quer alterar o meu humor basta me selecionar para cuidar dos afazeres domésticos. Tudo menos isso. Limpar a casa, lavar a louça, passar a roupa, fazer comida não suporto. Sou encarregado aqui em casa de selecionar e ensacar o lixo e levá-lo até o seu cesto aqui no prédio, mas não venha me convocar para outros afazeres, principalmente quando tenho coisas muito mais importantes para realizar como: ler um livro, planejar uma aula, escrever.

Da minha filha Beatriz cuido muito, faço de tudo por ela, pois os serviços prestados a esta pequena são feitos com prazer. Ela é doce, sincera, meiga, menina. Bia comporta-se como uma flor, então realizar algo para ela não exige esforços, mas sim prazer. Não sei como minha esposa consegue dar conta de preparar suas aulas, cuidar da casa, da nossa filha e manter seu blog atualizado. Mulher passa por cada situação. Mas essas palavras não são provindas de um machista, muito menos um discurso incentivando o machismo. É que não gosto, não suporto, faço pela obrigação. Mas sabem que quando começo a desfilar a palha de aço sobre os talheres, associada à água que escorre daquela torneira fina fico a divagar, pensar nos assuntos a serem escritos; o mesmo acontece quando passo a vassoura sobre o piso da sala e sigo direto para a cozinha, o meu pensamento viaja, afunda-se nas mais distantes idéias. Lembro muitas vezes, quando empunho o saco com o lixo, do livro que terminei na semana passada, fico elaborando a aula que darei nessa noite.

Sabem que a obrigatoriedade do serviço doméstico pode incorporar a minha lista de inspirações!

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