quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um bom lugar para uma DR

Há muitos lugares para se discutir uma relação, a chamada DR, porém parece que para aquele casal foi à praça. Um lugar verde, limpo, arborizado e, agora, segura pelos guardas que permanecem atentos aos desocupados que tentam se apossarem daquilo que seria para o povo.

Uma relação sendo discutida na praça ganha o sabor do vento, que este mês se intensifica, as folhas caem num balé que só elas nos proporcionam, mas o calor que irrita pode ser amenizado pelo verde que prevalece. Taquaritinga está limpa! Dessa forma é que casais optam pelos logradouros públicos (vide Dr. Flávio Nunes, que não se encontra arcaico, pelo contrário – atualíssimo).

No rosto dele se percebia o horror da fúria, o apelo aos berros, a boca trêmula, o olhar parado e numa só direção; ela escutava pacífica, diminuía-se, estava apenas na defensiva, tentava esboçar qualquer palavra, mas não era permitida. Calou-se. Ficou quieta até o final. Uma mulher que nada respondeu parece ter concordado com excesso de ciúmes do cidadão. Essa parecia uma sofredora, calada, distante, apática, medrosa, subversiva ao homem, provavelmente fazia todos os caprichos daquele grosso.

Os poucos que passavam pela praça se assustavam e paravam, mas ninguém quis saber de interferir, apenas uma parada para desaguçar a curiosidade. Uns comentando com os outros a espera do desfecho. Foram minutos e ela tentou se levantar, ele a puxou pelo braço, a fez sentar. Ali ela já tinha chegado ao seu limite. Queria terminar aquela relação doentia. Ele parecia querer continuar. Só mais alguns minutos e eles saíram abraçados: ela enxugando às lágrimas, que não eram poucas, ele apertando-a com medo de que ela esboçasse uma fuga. Notava-se pelo “andar da carruagem” que aquela relação amorosa, se é que podemos chamá-la assim, teria um final feliz...

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