Faz dias que não escrevo. São quase dez dias sem preencher uma única linha. Não consigo me concentrar.
Tentei incansavelmente semana passada produzir um texto, minha esposa até começou a me elogiar, mas não o concluí. Não vi razão para que o mesmo continuasse vivo e fui logo “deletando” e acabando com o sucesso que este texto poderia atingir se o concluísse e o mesmo fosse publicado. E olhem que havia tantos assuntos, mas não queria gastar minhas balas com assuntos corriqueiros, banais, que os leitores, adeptos do televisor e das linhas apresentadas pela internet, estavam cansados de ler e ouvir.
O Rio de Janeiro teve os seus morros invadidos pela polícia, numa brilhante ação demonstrando que quando o poder público resolve agir não há brechas para líderes do mal tentar impor o seu poder, e não escrevi. Poderia perpassar pelo campo sociológico, apresentar os aspectos psicológicos e terminar analisando os detalhes lingüísticos, mas não... preferi manter-me sóbrio e não cair em tentação ao escrever o texto. É que quando escrevo deixo-me levar pelas emoções, as linhas surgem em função de meu estágio onírico. Saio deste corpo e sou levado pelas linhas muitas vezes surrealista que incorporam meus textos.
Alguns artistas tiveram os seus casamentos desfeitos, outros se casaram, mas a minha linha não é esta, deixo estes textos polêmicos para aqueles que não sabem escrever e que vivem do mundo das fofocas para proverem os seus escritos.
Hoje saio desta reclusão, ligo o computador, sei que não é o texto ideal como o produzido por Rubem Braga, mas escrevo sem medo de ser feliz, ter as minhas letras manifestas e lidas por outros. Confesso estar feliz.
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