sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O nascimento da escrita

Comecei a escrever aos onze anos, fazia artigos contando a vida amorosa do meu Tio Nito, inventava, imaginava, e reunia minha família na sala da minha avó Silvina e começava a narrar os contos aventurescos do moçoilo. Ele se derretia em vergonha, mas sorria. Pedia mais e lá ia eu escrever mais um. Quanta criatividade... Que emoção! Não me sentia um escritor, mas me realizava ao escrever. Não sei se tenho vocação para escrever, mas gosto. Tenho paixão ao pegar o papel e rascunhar palavras, construir frases, encaixar orações, delinear períodos e fazer com que a coesão ultrapasse os seus sentidos e atinja o coração dos mais distantes leitores que anseiam por uma palavra de conforto.

Para jornal o meu primeiro artigo nasceu no “Cidade de Taquaritinga”, do meu amigo Hamilton Aiello, que acreditou em um texto fruto de um jovem, inexperiente com seus dezesseis anos e que queria ser publicado. O olhar clínico do jornalista experiente encontrou-se à vontade juvenil e hoje a cada artigo que escrevo, lembro-me dessa oportunidade; continuo a escrever para o periódico. Meu estilo foi ganhando contornos, meu texto foi adquirindo formas, o papel foi dando lugar ao cinza do grafite do lápis e os rabiscos que tapam os erros foram se avivando.

Erramos, como todos, mas sempre temos ganância de acreditar que é possível melhorar. Persistência é quesito fundamental para aqueles que anseiam continuar pelas veredas da escrita. Quantos textos lapidados encontramos espalhados pelos milhões de páginas dispostas a serviço do leitor... Uma fartura!

Continuarei a escrever, garimpando os meus textos, nem que não sejam apreciados por outros. Passarei pelas veredas empunhando meu lápis, segurando uma folha de papel e não esquecendo de alimentar minha escrita com o seu combustível que é a leitura.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que um bom post. Eu realmente gosto de ler esses tipos ou artigos. Eu não posso esperar para ver o que os outros têm a dizer.