domingo, 20 de março de 2011

Pelados

Que os homens estão se preocupando mais com sua beleza ninguém dúvida. Também pudera, depois de séculos abusando do machismo exacerbado e de sua superioridade física em relação ao sexo feminino, os homens resolveram partir para os tratamentos estéticos. Vamos passar por massagens, cremear ao corpo, passar boas horas numa clínica para se embelezar. Unhas feitas, cabelos bem cuidados e aparados, barbas devidamente estetizadas, enfim, o sexo masculino quer provar do banho de beleza antes apenas praticado pelas mulheres.

Mas os homens estão ficando mais pelados, ou seja, estão deixando seus pêlos de lado. Abusam do ato de se depilarem. Antigamente tinham alguns por hábito cortarem os bigodes e barbas; é normal que muitos não o façam acreditando na beleza com pêlos, vide Tony Ramos, Caio Blat, João Paulo Cuenca, Moacyr Aquino, citando apenas algumas figuras do cenário do teatro e da literatura nacional, esses são exceção porque a juventude e vários adultos apostam num corpo limpo, sem o abuso dos pêlos. Peito pelado, pernas peladas (isso apenas os atletas faziam em época de competições), virilhas peladas, isso mesmo, região pubiana pelada. Atores de filmes erótico-pornográficos foram os introdutores dessa prática e hoje absorvida por homens que insistem na prática higiênica. Há aqueles que simplesmente realizam tal ato devido ao desejo feminino, talvez pura fantasia masculina. Parece que o sexo feminino aprovou e a cada dia clínicas especializadas nessa prática recebem um número maior de homens em busca do corpo pelado, como veio ao mundo, limpinho.

Enganam-se aqueles que acham que a cera quente ainda persiste, de fato é usada em algumas clínicas, mas há métodos com laser e outras coisinhas mais aprovadas pelo público masculino que se arrebanha nos salões. Não tenho o que esconder, unhas dos pés e das mãos procuro um salão especializado para serem estetizadas, é barato e fica melhor do que roe-las. Mas aparar aos poucos pêlos que há no meu corpo ainda não provei. Não almejei praticar este ato. E aí não cabe nenhum um gesto machista, muito menos preconceituoso. Aquele que está com vontade de fazê-lo tem mais é que procurar um especialista e realizar sua fantasia, ou mesmo, sua aptidão à higiene. O mundo é harmônico, pelo menos na teoria.

Continuarei aqui, observando a dinamicidade mundana e apenas aparando aos cabelos e barba, cortando as unhas, apenas isso.



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