domingo, 29 de maio de 2011

A crônica que não escrevi

Os leitores devem estar se perguntando por onde andavas este que vos escrevia regularmente, pausando às vezes pela abstinência literária. Sabemos que a falta de assunto sempre permeou o rol de crônicas estabelecido pela voracidade de grandes homens de nosso mundo escrito, porém neste dia que vos escrevo não será a falta de assunto que me incomoda, pelo contrário, há assunto para mais de metro como diz o dito popular.

Desde a pneumonia da presidenta Dilma até a despedida da Ophra da televisão, muitos assuntos se acumularam e o escritor aqui não soube aproveitá-los. Não houve habilidade para registrá-los de maneira literária. Pensei em reescrevê-los denotativamente, mas a escrita só tem sabor quando alimentada pela linguagem conotativa.

Osama Bin Laden morreu e não escrevi; as beatificações do papa João Paulo Segundo e da irmã Dulce aconteceram e não pude registrá-las da maneira como desejava; Salvador Allende foi exumado; Palocci acusado; a cartilha dos erros foi reprovada depois de muita polêmica envolvendo ignorantes, lingüistas, gramáticos normativistas e amantes da boa literatura, resultado: os livros é... persiste; o Código Florestal foi votado na Câmara Federal e foi aprovado acendendo o destempero entre aliados, meio aliados e oposição. De fato, muito se falou e este cronista aqui não registrou. Fui fadado pela ignorância, atirei-me no abismo da infelicidade, segreguei-me ao discurso dos ingratos, agreguei-me à fala alheia, definitivamente parece que as palavras negativas dos inimigos e falsos amigos parecem ter poder.

Um comentário:

silvioafonso disse...

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E tem poder, meu jovem Sérgio
Augusto. A palavra do inimigo
tem mais poder do que se
possa achar. Nesta terra amada
e idolatrada aonde alguns
roubam o ouro, o tesouro da
fauna e da flora e que também
é possível escravizar o branco
e roubar o pobre. Aqui se
plantando tudo dá, ou melhor,
tudo se vende, inclusive a
palavra e a honestidade de
certas pessoas que deveriam
ser exemplo.

silvioafonso
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