quinta-feira, 23 de junho de 2011

Tempo

O tempo. Tempo te quero tempo. Mais tempo, por favor!

Os dias pareciam intermináveis quando criança. O tempo não passava, ansiávamos as datas festivas, principalmente as que chegavam com o final do ano. Natal e Ano-Novo eram os que me arrebanhavam. Presentes, mesas feitas preparadas com as mais apetitosas refeições. Desejávamos que aí sim o tempo demorasse a passar. Ele não nos respeitava, dava sinais e mais que de repente distanciava-se sem dizer adeus. Ano que vem teríamos mais...

O tempo foi passando, crescemos em tamanho e pouco em razão, mas a emoção parece que se tornou mais aguçada e só o tempo para apagar as marcas profundas que a vida nos pregava. Ele se estabeleceu como senhor, programava e desprogramava, não havia “tempo ruim”. Quanta desgraça nos acometeu, quanto desejar que o tempo se encarregasse de estabelecer um ponto-final naquela situação incomoda. Mas não queríamos que ele saísse em disparada quando namorávamos com aquela que desejávamos. Quando a perdíamos era sinal de que o tempo teria de passar ligeiro. Ele seguia o seu curso e a tristeza demorava a passar, corroia o peito, era difícil de engolir, parecia que estávamos engasgados. Às vezes, a mãe nos pegava chorando pelos cantos, afirmava que homem não poderia lacrimejar, mas aí o sentimento é quem mandava, ela dizia que o tempo nos concertaria.

Foi se o tempo, começamos a escrever crônicas, não inspirado no Deus Kronos, Senhor do Tempo, porém foi durante esse tempo, que demos um tempo para pensarmos filosoficamente sobre o tempo. No tempo devido apresentávamos nossos artigos. Muitas vezes o editor cobrava rapidez, pois o jornal não poderia esperar tanto tempo assim para se ter uma crônica simples, de um mero escritor sem lenço e muito menos documento. Quanto tempo se passou desde a primeira publicação no jornal local, neste que ainda escrevo, periódico que até nossos dias permanece vivo diante do tempo. Este tempo que reserva-nos sensações estranhas, momentos amargos que podem acabar com a famosa e latente inspiração. Ela, inspiração, que pode estar guardada, oculta, mas que com o tempo volta, dá-nos vida, alimenta-nos ao longo do tempo.

Escrevo aqui estas linhas esperando o tempo passar, passadas algumas semanas depois do primeiro parágrafo aberto. Espero o tenha concluído, mas isto só o tempo dirá com as opiniões emitidas pelos leitores. Daremos um tempo até a próxima crônica. Mentira, pois isso só o tempo dirá!

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