sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O temporal e a Copa do Mundo: obras para o povo ou apenas para turista ver?


As nuvens escuras se espalhavam pelo céu seco e azul anil. O anúncio se tratava de um temporal. Árvores acenavam de um lado para outro, num bailar constante, as mais fortes resistiram, porém aquelas, ainda não enraizadas no chão, deram adeus ao seu lugar cômodo. Os seres humanos que de suas janelas observavam pareciam não acreditarem. Temporal igual aquele somente nos livros de ficção.
            Os pingos d’água começavam a cair do céu plúmbleo numa velocidade dantes nunca visto, as gotas de água que não eram mais gotas, transformaram-se em gelo, adquiriram peso e feriram àqueles que pelas ruas e campos andavam. Animais feridos, plantações devastadas, proprietários desesperados. Preços que se elevariam com a perda de uma série de alimentos.
            Pelas ruas, principalmente as da periferia, transformaram-se em rios, talvez uma extensão do Guaíba; ratos que boiavam na sujeira que se espalhava pelas ondas imundas. Além deles baratas e outros tantos animais que almejavam se abrigarem. Eram vítimas daquele momento como os demais seres, dentre eles os humanos. Casas destelhadas, obras destruídas e crianças na chuva esperando por uma solução. Nas paradas de ônibus pessoas se aglomeravam e procuravam se abrigarem para fugir da agressão do temporal. Os veículos não se locomoviam, o trânsito estava parado. A cidade parou.

            Das dependências de seu gabinete o nobre Prefeito bradava em alto e bom som: “Evitem sair de suas casas...”. Mas as pessoas, seres humanos que trabalham, já tinham saído, era final da tarde, início da noite. Ele parecia não saber que os seres humanos necessitam trabalhar, pois necessitam se sustentarem, fazer com que suas famílias se alimentem, pois ao que tudo consta: não são políticos e muito menos ocupam cargos pomposos e rentáveis como o atual chefe do Executivo. A Copa é nossa! E o povo?

Nenhum comentário: