quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bundalização: “nádegas a declarar...”

Descobri que moro no mesmo condomínio de uma dessas famosas, que viraram celebridades devido a sua abundância, ou seja, a Fulana, que não citarei o nome para não ser processado ou acusado de qualquer tipo de preconceito, só é conhecida na mídia devido a sua bunda. Quando a moçoila que deseja ser chamada de atriz aparece nos canais televisivos ou mesmo na mídia aqui de Porto Alegre vem sempre a frente de seu rosto, o foco é nas suas nádegas.
Confesso que no princípio fiquei radiante, procurei no Google (ele é meu pastor, nada me faltará) e logo me defrontei com suas partes traseiras, insisti na procura e mais e mais imagens foram aparecendo, porém apenas a bunda se destacava. Achei a foto pretendida, queria olhar para o seu rosto desconhecido e realmente ver se já tinha focalizado-a numa peça teatral ou mesmo numa telenovela ou comercial. Não, a guria ficou conhecida no dominical “Pânico” (apareceu diversas vezes, apenas de costas) e depois logo foi chamada pelo programa do Edir Macedo, denominado “A Fazenda”, dali ela não conseguiu ganhar os milhões, porém continua a aparecer (apenas a bunda).
Lembro-me das chacretes e das dançarinas do “Clube do Bolinha” com aqueles maiôs que causam frisson na gurizada dos anos 80 e Rita Cadilac foi a mais importante representante deste movimento. Porém, onde estava o conteúdo? É claro que na bunda, toda a inteligência, todo o lucro estava ali. E a música que Rita, Gretcheen, Sheron, Sol, Carla Perez, Mulheres Frutas cantavam ou interpretavam através da dança era para exaltar os glúteos, este que levou milhões a acompanharem aos seus shows, suas performances. Percorreu ao Brasil todo, ganharam muito dinheiro, mas nada produziram a serviço do pensamento, do ato de raciocinar. Ficaram estagnadas, durante muito tempo, sumiram das telas por serem vítimas da Lei da Gravidade, pois tudo que sobe, um dia desce e ao final de suas carreiras, Rita Cadilac e Gretchen tiveram que se sujeitarem ao mundo dos filmes pornográficos. Outras que tentaram seguir ao exemplo, como Carla Perez, durou muito pouco e optou por se tornar evangélica. Já as frutas, hoje ficaram podres, não aparecem mais, caíram de suas árvores de origem, mas ainda tentam voltar à evidência.
Poucos são os que conhecem esta minha vizinha pelo rosto, algum livro publicado, pensamentos emitidos, debates em que ela tenha participado, mas a identificam pelas suas nádegas. A bundalização nascida das letras verdadeiras da poesia de Gabriel, o Pensador, persiste, mas essas gurias que levam o movimento avante: “nádegas a declarar”.

           

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