Descobri que
moro no mesmo condomínio de uma dessas famosas, que viraram celebridades devido
a sua abundância, ou seja, a Fulana,
que não citarei o nome para não ser processado ou acusado de qualquer tipo de
preconceito, só é conhecida na mídia devido a sua bunda. Quando a moçoila que
deseja ser chamada de atriz aparece nos canais televisivos ou mesmo na mídia
aqui de Porto Alegre vem sempre a frente de seu rosto, o foco é nas suas
nádegas.
Confesso que
no princípio fiquei radiante, procurei no Google
(ele é meu pastor, nada me faltará) e logo me defrontei com suas partes
traseiras, insisti na procura e mais e mais imagens foram aparecendo, porém
apenas a bunda se destacava. Achei a foto pretendida, queria olhar para o seu
rosto desconhecido e realmente ver se já tinha focalizado-a numa peça teatral
ou mesmo numa telenovela ou comercial. Não, a guria ficou conhecida no
dominical “Pânico” (apareceu diversas
vezes, apenas de costas) e depois logo foi chamada pelo programa do Edir
Macedo, denominado “A Fazenda”, dali
ela não conseguiu ganhar os milhões, porém continua a aparecer (apenas a bunda).
Lembro-me das chacretes e das dançarinas do “Clube do Bolinha” com aqueles maiôs que
causam frisson na gurizada dos anos 80 e Rita Cadilac foi a mais importante
representante deste movimento. Porém, onde estava o conteúdo? É claro que na
bunda, toda a inteligência, todo o lucro estava ali. E a música que Rita,
Gretcheen, Sheron, Sol, Carla Perez, Mulheres
Frutas cantavam ou interpretavam através da dança era para exaltar os
glúteos, este que levou milhões a acompanharem aos seus shows, suas
performances. Percorreu ao Brasil todo, ganharam muito dinheiro, mas nada
produziram a serviço do pensamento, do ato de raciocinar. Ficaram estagnadas,
durante muito tempo, sumiram das telas por serem vítimas da Lei da Gravidade, pois tudo que sobe, um
dia desce e ao final de suas carreiras, Rita Cadilac e Gretchen tiveram que se
sujeitarem ao mundo dos filmes pornográficos. Outras que tentaram seguir ao
exemplo, como Carla Perez, durou muito pouco e optou por se tornar evangélica.
Já as frutas, hoje ficaram podres, não aparecem mais, caíram de suas árvores de
origem, mas ainda tentam voltar à evidência.
Poucos são os
que conhecem esta minha vizinha pelo rosto, algum livro publicado, pensamentos
emitidos, debates em que ela tenha participado, mas a identificam pelas suas
nádegas. A bundalização nascida das letras verdadeiras da poesia de Gabriel, o Pensador, persiste, mas essas
gurias que levam o movimento avante: “nádegas
a declarar”.
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