Tem dias,
meses, que o texto não quer sair. Sentamos e ficamos a pensar por horas,
analisamos cuidadosamente o cotidiano dos nossos semelhantes, porém o danado do
texto não aflora.
Sei que ele é
cuidadoso, tímido e não aparece para qualquer um, em qualquer momento, o texto
nasce em momentos importantes, de momentos importantes. Inspiração é importante
sim, porém a transpiração é a principal ferramenta para que o texto possa vir
ao mundo. Ele bruto, sem lapidar, sem a limpeza necessária é apenas mais um
entre milhões.
Um texto para
ganhar notoriedade ele tem que olhar como um ar soberano, porém não pode deixar
de lado sua humildade, olhar de onde ele nasceu, mas sempre se lembrar que ele
pode mais, que quer mais e o conseguirá. As histórias mais absurdas, os
momentos mais marcantes, as datas comemorativas, aquela balada freqüentada,
situações inusitadas estes são fatos que cabem no seu guarda-roupa.
Desperte esta idéia aí escondida,
ainda em período fértil, não deixe que a tristeza e o desânimo façam com que tu
desistas, seja imponente, não “dê o braço a torcerem”, pois eles almejam o seu
pescoço. Faça destes entraves o seu texto, brinque com estes momentos
polêmicos, trace um paradeiro para eles, insira-os na sua próxima história.
Construa uma crônica (meu tipo de texto preferido), escreva um conto, elabore
um romance, dedique seu tempo a tessitura de uma novela, mas não desista.
Aproveite o
tempo livre para pensar, sei que o seu tempo é preenchido com as questões do
dia-a-dia, sei que os afazeres domésticos também te sugam, mas seja
persistente, pois o tempo ainda continua sobre o nosso comando, não seja seu
escravo, abuse dele, faça dele sim seu escravo.
Verás que um
texto elaborado com cuidado, escrito durante o tempo mantido por ti será o texto
ideal. Faça com que o leitor se habitue aos seus escritos, que peça bis, que
aproveite seu tempo pelas ruas e passeios para conversar com os amigos e eles
perguntarem quando tu escreverás ao próximo romance e tu responderás que já
estás no forno.
Então, meus
amigos leitores, leiam os meus textos, apreciem aos meus escritos, pois eles
nascem dos meus esforços, dos meus desejos mais ocultos, do meu sofrimento, mas
também brotam da minha felicidade, da minha alegria, do meu sorriso nos lábios,
da esperança em dias melhores para meus semelhantes, das cenas cotidianas,
enfim, os textos nascem quando desejamos...
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