sábado, 23 de novembro de 2013

O desejo do texto

Tem dias, meses, que o texto não quer sair. Sentamos e ficamos a pensar por horas, analisamos cuidadosamente o cotidiano dos nossos semelhantes, porém o danado do texto não aflora.
Sei que ele é cuidadoso, tímido e não aparece para qualquer um, em qualquer momento, o texto nasce em momentos importantes, de momentos importantes. Inspiração é importante sim, porém a transpiração é a principal ferramenta para que o texto possa vir ao mundo. Ele bruto, sem lapidar, sem a limpeza necessária é apenas mais um entre milhões.
Um texto para ganhar notoriedade ele tem que olhar como um ar soberano, porém não pode deixar de lado sua humildade, olhar de onde ele nasceu, mas sempre se lembrar que ele pode mais, que quer mais e o conseguirá. As histórias mais absurdas, os momentos mais marcantes, as datas comemorativas, aquela balada freqüentada, situações inusitadas estes são fatos que cabem no seu guarda-roupa.

Desperte esta idéia aí escondida, ainda em período fértil, não deixe que a tristeza e o desânimo façam com que tu desistas, seja imponente, não “dê o braço a torcerem”, pois eles almejam o seu pescoço. Faça destes entraves o seu texto, brinque com estes momentos polêmicos, trace um paradeiro para eles, insira-os na sua próxima história. Construa uma crônica (meu tipo de texto preferido), escreva um conto, elabore um romance, dedique seu tempo a tessitura de uma novela, mas não desista.
Aproveite o tempo livre para pensar, sei que o seu tempo é preenchido com as questões do dia-a-dia, sei que os afazeres domésticos também te sugam, mas seja persistente, pois o tempo ainda continua sobre o nosso comando, não seja seu escravo, abuse dele, faça dele sim seu escravo.
Verás que um texto elaborado com cuidado, escrito durante o tempo mantido por ti será o texto ideal. Faça com que o leitor se habitue aos seus escritos, que peça bis, que aproveite seu tempo pelas ruas e passeios para conversar com os amigos e eles perguntarem quando tu escreverás ao próximo romance e tu responderás que já estás no forno.

Então, meus amigos leitores, leiam os meus textos, apreciem aos meus escritos, pois eles nascem dos meus esforços, dos meus desejos mais ocultos, do meu sofrimento, mas também brotam da minha felicidade, da minha alegria, do meu sorriso nos lábios, da esperança em dias melhores para meus semelhantes, das cenas cotidianas, enfim, os textos nascem quando desejamos...

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