segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nostalgia e quinquilharias


                Semana passada tentei arrumar algumas das centenas de livros que tenho. Resultado: apenas mais algumas pilhas refeitas. Acabei pegando mais alguns para realizar algumas consultas, outros que realmente desejava lê-los, relê-los. As minhas filhas Valentina e Beatriz adoraram a organização: livros ao chão e elas descobrindo folha a folha, página a página os escritos deixados por nossos mais importantes escritores. A Bia desde os seus três meses via-se em meio às montanhas de livros, viajava conosco pelas ruas das feiras de livros e o shopping tinha a sua atração preferida: a livraria. Até hoje deseja os livros como presentes. Já a Valentina completou o seu primeiro aninho e os livros já fazem parte do seu cotidiano. Quer pegá-los, passar pelas figuras, mas, ainda, é maior o desejo por rasgá-los.
                Ao passar pela minha paixão foulcatiana, depois deliciar-me com as exposições nietzschianas e alguns romances do meu amado Lima Barreto fui encontrando as diversas quinquilharias que armazenara ao longo destes anos. Tenho essa mania de guardar roupas, calçados, livros e outros acessórios que fizeram parte da minha história (quem sabe um dia possa estar num museu. Será que no da minha terra natal, Taquaritinga?), e sempre quando tento realizar estes feitos organizacionais parece que me encontro com o passado. Passei por algumas camisetas da “Pakalolo” (1994), um quichute de 1986 (foi com este que fiz alguns dos antológicos gols nos campinhos de várzea da vida, uma pena naquela época não poder registrá-lo através de celulares e semelhantes, porém a memória não esquece aquilo que foi bom), fitas cassetes, LPs, bah! Muita coisa... Confesso que a Beatriz fica perplexa com essas antológicas relíquias, mas as trata com certo desdém. Também quinquilharias aos montes!

                Mas o que me chamou a atenção foram os diversos controles-remoto que achei. Um do DVD, outro das TVs, até um UHF encontrei (aqui não é a loja do Titinho Libanori lá de Taquaritinga, mas tem de tudo). Foram vários controles, dezenas, cada qual de uma época, cada qual pertencente a um aparelho eletrônico. Antes da internet existir eu já usava controle-remoto, porém a primeira televisão em cores que meus pais compraram foi lá em Ribeirão Preto nos anos 80 e por azar um ladrão assaltou-nos e a levou. Ficamos anos sem TV, eu assistia aos meus desenhos, novelas e filmes na casa dos meus avós que ainda tinham em suas TVs o sistema de UHFs. Foi só no início da década de 90 que compramos a primeira TV, esta já com seu controle-remoto. Sensacional. Daí em diante foram outras, alguns aparelhos de som, dentre outras porcarias como DVDs etc. Acumulei-os (controles-remoto) e com eles carrego parte de minha vida, um pouco da minha história. Minha família: ontem e hoje.

Nenhum comentário: